Um vereador e um conselheiro tutelar deram a criança a um
casal de Minas Gerais.
O Ministério Público do Rio investiga se um bebê
recém-nascido foi vendido depois de ter sido entregue para adoção em uma cidade
do sul do estado. Um vereador e um conselheiro tutelar deram a criança a um
casal de Minas Gerais. No inicio de dezembro, seis dias depois do nascimento do
quinto filho, Cristiane Aparecida Gonçalves procurou o Conselho Tutelar de
Barra do Piraí. Alegou que não tinha condições de criar o menino. Mas o
conselheiro tutelar afastado Arnaldo Feijó, em vez de cumprir a lei, orientou a
mulher a falar com um vereador. “Sabia qual era o caminho, mas no momento ali
eu fiz por amor. Você olha para a casa da juventude e vê que ela não tem uma
estrutura hoje para acolher essa criança. Você, como pai, você dá uma parada”,
disse Arnaldo Feijó. O vereador Pedro de Souza Alves (PRB), o Pedrinho ADL,
também não seguiu o Estatuto da Criança e do Adolescente. As mães que quiserem
entregar seus filhos para adoção têm que ser encaminhadas à Justiça da Infância
e da Juventude. Em vez disso, ele indicou um casal de Minas Gerais, que levou a
criança. “Eu recebia orientações a todo momento do conselheiro, que falava pra
mim: Pedrinho, existe a lei, mas existe essa brecha na lei que você pode fazer
desta forma”, afirmou o vereador.
O caso foi revelado na coluna de Ancelmo Góis, no jornal O
Globo desta quinta-feira.
Não é a primeira vez que o vereador tem o nome envolvido em
um caso de violação das regras de adoção no país. Em abril de 2012, ele foi
procurado por outra mãe que queria doar o filho e indicou o mesmo casal para
ficar com a criança.
O próprio vereador admitiu ao Ministério Público que o casal
pagou na época R$ 1,5 mil. O dinheiro teria sido usado para pagar uma cirurgia
para ligar as trompas da mãe. Como a criança não chegou a ser entregue, o caso
não foi investigado. Desta vez é diferente. O conselheiro já foi afastado das
funções. Ele, o vereador e o casal de Minas estão sendo investigados. Se ficar
comprovado o crime de subtração de menor, podem pegar até quatro anos de
cadeia.
O bebê de Cristiane está, por enquanto, em um abrigo. A
Justiça está avaliando se ela tem condições de receber o filho de volta.
“Me arrependi de verdade. Quero meu filho de volta. Estou
correndo atrás para pegar ele agora”, disse a mãe.
Fonte: G1
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